Total de visualizações de página

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Desabafo...

...ligo a tv e vejo, eeeeeehh ooohhh, ligo rádio e ouço,eeehhh ooohh...
Plageando o grande Gessinger, tô de saco cheio deste casamento do tal príncipe de não sei lá das quantas...
O conto de fadas moderno?
Aí pergunto?
Agrega oque em nossas vidas?
A mídia burra entope nossos ouvidos e vistas com as 24hs da vida destes dois mortais e faz com que tudo gire em torno de um fato que não tem nada de fantástico. E a mariazinha e o joãzinho que juntaram os paninhos com o maior sacríficio, levam a vida na lubuta, vida esta filha da puta? Alguém aí soube de algo?
Vamos enaltecê-los!!!
E a memória biodegradável já nem lembra mais do assassino de Realengo, de cobrar algo para evitar outra tragédia igual aquela!?
E das famílias que ainda estão desabrigadas em virtude dos desastre das chuvas tanto aqui no sul, como lá no Rio de janeiro...
E a gasolina com seu preço exorbitante?
Amazonas?
Educação falida?
Caos nos hospitais?
Super bactéria?
Dengue??
Aaah deixa isso pra lá, temos que falar do casamento...
Tá, é muita coisa ruim, vamos falar de coisas bonitas e então tome casamento do príncipe e da plebéia? Estes termos ainda cabem num mundo "GLOBALIZADO", onde a internet habita todos os lares e blá, blá, blá?
Vamos ser fúteis e frívolos?!?
Falemos do vestido, do carro, da comida e de toda a besteira que a mídia nos empurra deste casamento!!
Num país de miséria onde muitos nem sabem oque irão comer amanhã, oque irão vestir...
Desemprego, violência, corrupção...
Vamos voltar para nossa realidade!!
Como dizia Raul, "-Pare o mundo que eu quero descer..."

terça-feira, 26 de abril de 2011

Cresceu

Era verdade!Tudo que até então achava ser mentira.
Contudo era tarde...
adeus mundo de fantasia
restou o ateu covarde, pedindo a Deus:
"-livrai-me desta agonia."

Esta caneta

Ah esta caneta confusa
que teima em juntar letras,
que mania mais besta
e ainda pede que eu assine,
para que ninguém desconfie
da sua existência.
sempre letrando algo...
inocências;
demências;
pseudoeloquências;
abstratas aparências.
ah esta caneta...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Escombros do passado (de quando se vagava na urbe)

Tudo era belo e se completava
Tudo era sério e me assustava
Todos tão ébrios
Divagavam sóbrias palavras
Abissais ilusões etílicas
e a criatura trôpega
avançava sinais
enviava sinais...
de fumaça
tudo era tão céu,
e nós, erámos tão inferno
opostos completos
repletos de coisa alguma
oscilantes vontades paralíticas.
Apenas encantos desta vida mítica.
Tudo era belo e contudo desmoronava.

O morto

Na ruga que se desvela na
negra terra
Corpo exposto, pele, roupa,
osso,
Engordam vermes que fremitam
loucos
Roendo ávidos aos poucos, restos
e rostos.
Com terno belo ou paletó
rôto...
Apenas mais um morto.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Dor


Esta coisa que rasga meu peito e sangra minh'Alma...

O ônibus

...vários rostos parados na plataforma a espera do ônibus que não chega, estáticos com ares de aborrecimento.
Observo um rapaz usando uma camisa do Flamengo com cabelo espetados cheio de gel, dá até para ver o couro cabeludo esbranquiçado, espinhas marcam seu rosto pueril e fiapos de barba se espalham sob seu queixo pontiagudo, seu tom pele acaboclado da um ar indígena que beija sua namorada, há também um senhor com cara de poucos amigos, resmunga aborrecido está usando uniforme de alguma empresa, carrega uma bolsa imagino ter a amiga garrafa térmica que deve levar todos os dias como companheira de trabalho, tem um ar de cansaço e o peso da idade já acentua a curva em suas costas, o cabelo exibe um tom acinzentado nas têmporas, ao meu lado uma senhora com vestido longo com desenhos indianos, bíblia sob o braço, um óculos de armação negra e lentes fortes apequenam seu olhar esverdeado, olha sabe-se lá para onde concordando com a cabeça a algum diálogo com sua consciência; outras pessoas se aproximam, cai uma chuva fina, o domingo já começa a bocejar abrindo espaço para a indesejada segunda-feira, soniais passantes se dirigem para seus lares, com feições cansadas; olho para o relógio do meu pulso seguidas vezes, mesmo tendo um enorme relógio digital pendurado no teto do terminal. Algo me aborrece, não sei bem o que, vai ver porque o domingo já esta partindo, sei lá...
Do outro lado da plataforma passa um rapaz com uma mochila de acampamento nas costas fico imaginado onde teria acampado? O cheiro de mato e fumaça é espalhado pela brisa que sopra leve e sonolenta. Restos de barro ficam esquecidos no chão, desgarrados da bota do rapaz.
Ao meu lado, o senhor que até então parecia aborrecido com a demora do ônibus conversa com um segundo senhor que chegara a pouco, arrastando seus pés calçados em chinelos amarelos um tanto encardidos em razão da chuva fina, oculta sob um boné branco encardido seus cabelos prateados, quando sorri, percebo que é um sorriso com falhas, então o ônibus chega...
...entramos rapidamente ávidos por um lugar. Sentados nos observamos estranhos, desconfiados, nenhuma palavra, mudos, robóticos com olhares dispersos de repente a namorada do flamenguista solta uma gargalhada, que se repete irritantemente!
Um homem com o cabelo raspado, encorpado, tão grande que mal cabe no banco do ônibus com rosto empedrado, dentes amarelados, olhos azulíssimos pequenos dando-lhe um ar suíno e com uma cara de psicopata feliz, indaga algo a respeito de algum jogo! Olhares estranhos! Então ele completa:
- ...é nosso time tá perdendo! - afirma ele com uma voz forte e com um arrastar alemoado.
- Será? Vai nadar e morrer na praia de novo? Completa o rapaz com a camisa do Flamengo! – o mengão ganhou! Sorrindo diz orgulhoso.
“-Grande coisa; penso comigo!” torce para um time do Rio de janeiro e desdenha o da terra natal...
A namorada dele que até a pouco gargalhava, já não ri tão alto, está parada com a boca entre-aberta seus dentes avolumam-se nos lábios, não tinha notado seus dentes mas agora com este semi-sorriso indigesto. Penso que deveria usar aparelho! É uma menina interessante, feia, sim feia mas com uma soberba de princesa, olhando em volta com ar de soberania, com seus cabelos secos meio encaracolados, uma presilha em forma de borboleta prende um tufo na lateral da cabeça, o batom lilás emoldura os dentões, uma blusa sem mangas mostra seu dorso esquálido, um colar de pérolas falsas douradas despencam de seu fino pescoço, brincos enormes avolumam-se em suas orelhas de abano, apesar de tudo tem corpo de modelo, magra, alta de pernas finas e braços compridos... quiçá um banho de loja. Um casal feio, mas um casal...
O ônibus segue viagem, e agora um dilema em minha cabeça, o resultado do jogo, não que seja torcedor, nem sei o nome dos jogadores, mas sabe como são estas coisas que ninguém explica que o futebol faz com a gente! O ônibus se aproxima da região do estádio, dá para ver as luzes, contudo um silêncio lá e cá...
- O jogo já acabou! Fala o Psicopata Feliz.
- Acho que sim; comenta o senhor aborrecido; acabaria às sete horas!
- Pelo silêncio perdeu!! Digo maldosamente.
Todos aflitos, amigos, mudos, na expectativa de alguma resposta. No estádio nenhum barulho, nem foguete, “- Ah, perdeu mesmo!” deduzo. O ônibus se afasta da região do estádio e nós todos perdidos com os olhares no espaço em busca de respostas...
A namorada dentuça volta a gargalhar irritantemente, mas isto agora já não importa, estou preocupado com o jogo!
Perdeu?
Ganhou?
- Opa! Fogos!! Ganhou! Grita o Psicopata Feliz, mais feliz ainda!
- Será? duvida o Senhor aborrecido é muito pouco foguete.
Estranhos nos olhamos. E logo explodem mais fogos, buzinas de carros soam longe...
É ganhamos!
Cúmplices de algo insólito, sorrimos uns para os outros, como velhos amigos, satisfeitos, felizes pela conquista, simpáticos amigos instantâneos comentando sobre o jogo, passamos mais alguns minutos unidos pelo futebol e então o assunto esfria, nos ajeitamos em nossos bancos, nos aninhamos em nossas memórias e nos tornamos insólitos passageiros estranhos. Alguns ainda amigos conversam.
O rapaz com a camisa do Flamengo beija a namorada dentuça e eu continuo achando que ele deve usar aparelho nos dentes! O senhor aborrecido pergunta a respeito de um outro jogo e quando ouve a resposta fica irado. Vai ver o outro time dele deve ter perdido... Ah nós e nossas segundas paixões.
Olho para rua, a chuva diminuiu, um vento frio entra pela janela aberta, “é acho que não deveria ter saído de bermuda!” Algumas pessoas conversam amistosamente, o Senhor aborrecido ainda fala de futebol fazendo assim com que eu não me esqueça do fato, porém as buzinas lá fora também se encarregam de lembrar. Busco no ar meus pensamentos anteriores ao jogo, que agora devem vagar perdidos no limbo.
Meu ponto de desembarque está próximo, o senhor aborrecido ainda discute sobre futebol com o Psicopata Feliz, o rapaz com a camisa do Flamengo fala algo libidinoso no ouvido da namorada dentuça que ri e mostra seus grandes dentes. Eu me levanto, vou até a porta, aperto a campainha, o ônibus para e eu desembarco...
A rua deserta, o paralelepípedo úmido da garoa que cai fina, brilha e reflete as luzes dos postes, uma brisa fria gela a alma e arrepia a pele... Sigo em direção a minha casa, meus pensamentos vão retornando, então olho para os lados do estádio e vejo as luzes ainda acesas, o céu nublado, não revela uma única estrela, nem a claridade da lua...
Sigo divagando e de súbito um pensamento...
“- Quanto será que foi o jogo?”

Artificialidade

Um pedaço do céu,
Do céu de minha boca,
Estrelas brilhantes
Secam na areia fofa.
Flores de plásticos sorridentes
Enfeitam minha grama morta
Descanso minha artificialidade
Sob a luz de mercúrio...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

.......CRISTIANIDADE........

...nasci urbano, curitibano, rinitente, cheirando a mofo e fuligem.
Amargo e congestionado!
Acostumado ao céu nublado e ao ar poluído.
Vida monocromática e asmática, perdido pelas calçadas imundas, cercadas de jardins de flores mortas e árvores atrofiadas.
Nasci apático e reticente, de olhar desconfiado e vontades castas.
Criatura frágil, exposta a ácaros que habitam o ar de meu quarto escuro e entulhado de pedaços da minha vida.Livros de páginas e páginas dissertas, insertas verdades, veladas em lúdicas historinhas de faz de conta...
Vida cinéria com fins de tardes descoloridas, a desfilar com o semblante empedrado por entre passantes monstruosos de olhos enormes!!
Vagamundeando ébrio e paranóico, persecutiômano delirante a ocultar-me nas frestas da floresta acimentada, enojado, amedrontado, sem esperanças de amanhãs.
Pessimista, inconformado com a única certeza.
Sem compreender isto que chamam de (i)mundo!Gigante cárcere de dúvidas, prisão perpétua até o fim dos dias.Cercado de estúpidas criaturas (in)amigas, de sorrisos colados e gestos premeditados, de conversas ensaiadas, decoradas de programas de tv e livros de auto-ajuda, pseudos sabe tudo, donos de suas hipócritas verdades.
Nasci Cristiano

terça-feira, 12 de abril de 2011

Urbano





Urbano insensato
humano.
Urbano, demasiadamente
insano
a deslocar seus passos leves
por estas estradas da vida
sorrindo um sorriso colado
segue vagamundeando.
verdade inventada
contada em palavras aladas
se espalha pelo caminho
segue urbano, o
humano demasiadamente
insano...

Nasci

Choro a morte dos que estão nascendo,
compadecido desta condenação.
Nascemos já com um dilema...
esperar a extrema unção.

Hai Kais (me levantas?)

Cato uma palavra
Colo num verso
Rabisco um poema
Expurgo meus restos...



No pingo da chuva de verão
Vinha junto, vento, angústia
e um baita barulho do trovão.



Tanta coisa que se foi
muito que ainda vai
o futuro me assusta
o passado me distraí.



Ela veio de longe
com seus olhos infantis
bela menina do soriso lindo
e de sonhos pueris...


Minha língua na boca se retorce,
a culpa é das borboletas que engoli,
quando num jardim florido
ao roubar rosas me perdi...



Ébrio, rabisco sóbrias palavras
na tarde fria, alma vazia
rabiscas palavras sombrias.



O silêncio é interrompido,
soa um alarme.
Uma hora grito outro silvo.




Perdido entre palavras tortas,
rabisco resto, desejos descompostos.
Mentiras completas, verdades mortas
Vomito meus restos e outro monte de bosta...



Tudo oque resta
são sobras da festa.
O ranso, o vômito
e tudo aquilo que não presta...

Teve um dia...

Teve um dia,
que o dia não veio!

Perdido no tempo

Olho para trás e vejo velhos santos,
palavras espalhadas, empoeiradas
jogadas pelos cantos.
Vontades esquecidas,
desejos abandonados,
perdidos pela praça
sob os bancos de pedra da Nereu.
Naufragados no lago do museu ou
sepultados nas ruínas do imigrante.
Ainda ouço ecos nas ruas vazias,
resquícios de conversas frias,
etéreas mudanças juvenis,
cheirando a biscoito,
vinho barato e roto.
Nas calçadas ainda as pegadas
das andanças intermináveis,
na busca do bom e velho rock.
Nômades vestidos de negro,
d'almas brancas e asas cortadas...
Olho pra trás e vejo tudo,
olho pra frente e não vejo nada...

Compreenda-me

...na busca do verso,
desconverso.
e esta imagem no espelho
reverso,
resto do meu eu
convexo, disléxico, sem nexo...