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sábado, 16 de julho de 2011

"NEC SEMPER LILIA FLORENT"

Quem sou?

Quem sou?
sou o louco embrigado da essência
que exala de tua alma
sou o quadro em branco pendurado
na parede pintada de tua sala...
solitário
abandonado
esquecido
empoeirado
ébrio, totalmente perdido
nesse museu de bonecos de cêra
sou o breu luculento da noite clara
sou tudo e também sou o
nada...

Amor

O ósculo que recebias
Era da alma aprisionada
num corpo amargurado,
o coração de pedra soltava
cascalhos que saíam
dos olhos em cascatas de dor...

Soneto do abandono (escrito para uma casa abandonada)

Na esquina, armação de concreto vazia
casa velha de tinta desbotada,
aparência triste, nostalgica.
dentro de ti, nada, só poeira e alma penada.

Um jardim enfeitado com ervas daninhas
ninguém na janela, nem um bela na sacada.
a poeira toma conta do quarto à cozinha...
não há mais brilho nas manhãs ensolaradas.

Fica ali a casa sozinha, abandonada.
Telhas, tijolos, madeiras, tudo esquecido.
Na frente um portão impede a entrada

Nem um ruído é ouvido, nem uma risada
tivessem antes a demolido,
não deixaram-a sufocando mofada.

Elucubrações (Apenas Travesseiro)

"insano travesseiro,
mudo companheiro.
que a noite seca minhas lágrimas..."



"os pedaços de sonhos,
se confundiam em ti,
meu travesseiro.
peças desconexas de sonhos metafóricos,
incompletos..."



"aquece-me uma face,
enquanto a outra
fica ao sabor do tempo..."



"...quando vasculhei a fronha e
não consegui achar, entristeci-me.
pudera você, perder algo tão importante?
ainda estava úmido das lágrimas fugidias
mas aquilo que eu mais queria, você não tinha mais.
Como pudera não guardar aquele sonho?"

sábado, 2 de julho de 2011

Carta para Cleide. (Carta para uma amiga, a qual a muito tempo atrás trocávamos correspondência, antes do e-mail!)

Aqui estou novamente, papel e caneta na mão.
Não tenho uma história, apenas letras embaralhadas em minha mente.
Mentiras inteiras, verdades incompletas, insanidades descobertas.
Não me compreendas, sou apenas uma pele escura de alma turva a rabiscar amenidades, frivolidades de uma pseudo vida.
Trechos encobertos, repletos de mim mesmo, coração deserto, amores dispertos.
Sem vontades, sem desejos.
Perdido em imenso vazio de tudo, solitário e mudo.
A implorar por atenção.
Quiçá tentas me compreender, porém, não me entendas.
Escrevo por escrever, são palavras de sentimentos mortos,
Expulsos deste corpo, exorcizadas em madrugada qualquer.
Não quero dar sentido a nada.
Também não estou sentido nada.
São ecos perdidos em meus ouvidos.
Um flerte da razão com o acaso e entrelinhas, me escapam lamentos.
Visões distorcidas no reflexo da água assombram meus pesadelos
de noites insones.
Talvez não se conforme e tenta dar forma
na ânsia de que algo se forme.
Quebra cabeça de peças misturadas.
Sol, lua, chuva, seca, um tudo que não é nada.
Não me compreendas, sou apenas alma penada
Pelada de sentimentos na madrugada silenciosa
que vela corpos inertes, adormecidos no mundo de morfeu.
E eu, amorfa criatura autofágica, jogo palavras em papel a toa.
Sem ter idéia do que quer.
Agruras disfarçadas para ninguém ver.
leia, apenas por ler, e se, por acaso achar algum tesouro numa linha perdido.
Deixo-o lá, quietinho, escondido.
Pois nem tudo no mundo é para ser descoberto,
Nem tudo no mundo é para ser entendido...

Pode ser... (quando o espelho não refletir coisa alguma e nada fizer sentido)

Pode ser o sol.
Pode ser a estrada empoeirada,
O pó escondido entre folhas amontaodas.
Absurdos incompletos.
Pode ser vontade de nada.
Beijos úmidos de boca seca.
Pode ser certeza
e a beleza rara regozija voluptuosa
e regurgita suas certezas em nossas caras.
Pode ser coisa alguma.
Podem ser doentias visões.
Podem ser esquálidas razões.
Flores mortas rodopiam infernais.
Feridas expostas sangram purulentas.
Mórbidas visões ensandecidas,
hematófobos suicidas
compelidos a suportar, não suportam.
Pode ser loucura.
Pode ser que seja.
Sonhos impudicos,
Mentiras que boiam num copo de cerveja.
Na fumaça que fumaça
serpenteiam espectros lamuriosos.
Pode ser tristeza alheia.
Pode ser droga na veia.
Delírios medíocres da desdentada criatura.
Fotografias de cenas obscuras.
Conselhos de um ninguém.
Pode ser que a chuva venha
e me afunde ainda mais nesta lama.
Lutulenta realidade que me acerca.
Pode ser letargia.
Pode ser minha alergia.
Pode ser...

Discurso da meia noite

Olhos incertos,
Incertas visões,
Inverto razões.
O beijo seco,
Alma vazia,
Vertigens de fantasias
me completo,
rio incerto
e acerto seu coração.
Diga, oquê lhe completa?
Discurso cego
mudas razões.
Empíricas certezas
Negras conclusões
infestam-lhe a mente
e todos mentem.
Mentirosos honestos
com sorrisos de papel
borrados de lágrimas sinceras,
d'alma de alguém.
Digam,
seria honesto o pensar?
digam,
seria eu mau ao matar?
Verdades camufladas,
infladas de inconstâncias.
qual é a verdadeira razão?
A mão que abençoa
santa,
ou a faca que degola a garganta?
Comunguem sensações discretas
e bebam o sangue retinto
que foge dos pulsos cortados.
Anímicas vontades.
Guturais manifestações
possessões exorcizadas
com cruz de madeira roubada
vilipendiada
criatura profana
urra a dor contida.
Digam,
oque é loucura?
E o suicida, porque o condenam?
Coragens recalcadas
Sangram falsidades doentias
nos castiçais, velas de agonias
derretem lágrimas quentes
e moldam carrancas de angústias.
De joelho clamo piedade.
"-Piedade!"
"-Piedade!"
Desejo puseístas
Tatuados com ferro quente
Na pele do ateu covarde.
Certeza vazia...
Sacrosantas visões a luz do dia...