Total de visualizações de página

sábado, 2 de julho de 2011

Carta para Cleide. (Carta para uma amiga, a qual a muito tempo atrás trocávamos correspondência, antes do e-mail!)

Aqui estou novamente, papel e caneta na mão.
Não tenho uma história, apenas letras embaralhadas em minha mente.
Mentiras inteiras, verdades incompletas, insanidades descobertas.
Não me compreendas, sou apenas uma pele escura de alma turva a rabiscar amenidades, frivolidades de uma pseudo vida.
Trechos encobertos, repletos de mim mesmo, coração deserto, amores dispertos.
Sem vontades, sem desejos.
Perdido em imenso vazio de tudo, solitário e mudo.
A implorar por atenção.
Quiçá tentas me compreender, porém, não me entendas.
Escrevo por escrever, são palavras de sentimentos mortos,
Expulsos deste corpo, exorcizadas em madrugada qualquer.
Não quero dar sentido a nada.
Também não estou sentido nada.
São ecos perdidos em meus ouvidos.
Um flerte da razão com o acaso e entrelinhas, me escapam lamentos.
Visões distorcidas no reflexo da água assombram meus pesadelos
de noites insones.
Talvez não se conforme e tenta dar forma
na ânsia de que algo se forme.
Quebra cabeça de peças misturadas.
Sol, lua, chuva, seca, um tudo que não é nada.
Não me compreendas, sou apenas alma penada
Pelada de sentimentos na madrugada silenciosa
que vela corpos inertes, adormecidos no mundo de morfeu.
E eu, amorfa criatura autofágica, jogo palavras em papel a toa.
Sem ter idéia do que quer.
Agruras disfarçadas para ninguém ver.
leia, apenas por ler, e se, por acaso achar algum tesouro numa linha perdido.
Deixo-o lá, quietinho, escondido.
Pois nem tudo no mundo é para ser descoberto,
Nem tudo no mundo é para ser entendido...

Um comentário:

Milene Lima disse...

Ah, me dá teu endereço que vou te escrever... Rsrs.

Sério agora, eu adorava escrever cartas, coitado de quem as recebia, porque eram imensas. Sinto falta dessa coisa mais intimista que o mundo virtual nos obrigou a deixar pra trás. Esperar a correspondência era algo que me dava comichão.

Amo vir aqui e sorver dos teus verbos sempre fortes. Obrigada por me permitir.

Ah, tentei achar seu facebook... Sou ruim em achar. Rsrs.

Beijo!