Aqui estou novamente, papel e caneta na mão.
Não tenho uma história, apenas letras embaralhadas em minha mente.
Mentiras inteiras, verdades incompletas, insanidades descobertas.
Não me compreendas, sou apenas uma pele escura de alma turva a rabiscar amenidades, frivolidades de uma pseudo vida.
Trechos encobertos, repletos de mim mesmo, coração deserto, amores dispertos.
Sem vontades, sem desejos.
Perdido em imenso vazio de tudo, solitário e mudo.
A implorar por atenção.
Quiçá tentas me compreender, porém, não me entendas.
Escrevo por escrever, são palavras de sentimentos mortos,
Expulsos deste corpo, exorcizadas em madrugada qualquer.
Não quero dar sentido a nada.
Também não estou sentido nada.
São ecos perdidos em meus ouvidos.
Um flerte da razão com o acaso e entrelinhas, me escapam lamentos.
Visões distorcidas no reflexo da água assombram meus pesadelos
de noites insones.
Talvez não se conforme e tenta dar forma
na ânsia de que algo se forme.
Quebra cabeça de peças misturadas.
Sol, lua, chuva, seca, um tudo que não é nada.
Não me compreendas, sou apenas alma penada
Pelada de sentimentos na madrugada silenciosa
que vela corpos inertes, adormecidos no mundo de morfeu.
E eu, amorfa criatura autofágica, jogo palavras em papel a toa.
Sem ter idéia do que quer.
Agruras disfarçadas para ninguém ver.
leia, apenas por ler, e se, por acaso achar algum tesouro numa linha perdido.
Deixo-o lá, quietinho, escondido.
Pois nem tudo no mundo é para ser descoberto,
Nem tudo no mundo é para ser entendido...
Um comentário:
Ah, me dá teu endereço que vou te escrever... Rsrs.
Sério agora, eu adorava escrever cartas, coitado de quem as recebia, porque eram imensas. Sinto falta dessa coisa mais intimista que o mundo virtual nos obrigou a deixar pra trás. Esperar a correspondência era algo que me dava comichão.
Amo vir aqui e sorver dos teus verbos sempre fortes. Obrigada por me permitir.
Ah, tentei achar seu facebook... Sou ruim em achar. Rsrs.
Beijo!
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