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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Compreender

Não sei porque rabisco
letras, palavras, desenhos
quiçá algo de poeta
quiçá algo de talento
mas acho que só invento
ao menos tento
muitas vezes graças
tantas outras lamentos
porém tudo não passa
da personificação de meu tormento...

terça-feira, 17 de maio de 2011

...

Armada figura exótica
de pele encouraçada
e garras expostas
fere a mão
fere o coração
de quem a encosta.

Espelho torto

Tem vezes que me
desfaço
e vejo meu rosto ao
avesso
outras vezes me desosso
vísceras
sangue
desgosto
tem vezes que palavras
ambíguas
se unem covardes, inimigas
e dissertam incompletas verdades
escondidas...
E ME DISTORCEM.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Pena d'eu (cristianidades)

Pobre curitibano é oque sou
pobre curitibano despatriado
catarinando por estes lados
suando em bicas
saudades do ar gelado
pobre curitibano é oque sou
chorando amores perdidos
chorando amigos passados
esquecidos em algum lugar
congelados em retratos
mofando em meu armário
saudades contidas
pobre curitibano é oque sou
saudoso do cinza,e,
daquela gente tímida e reservada
da correria pandemônica nas calçadas
dos rostos áusteros e individuais
congelados pelo frio, sem poder sorrir
de medo que o rosto se parta...
pobre curitibano é oque sou.
sufocando com meus rabiscos
abafado no quarto, ausente
enquanto o ventilador azul
empurra sôfrego o ar quente
pobre curitibano é oque sou
por sentir pena de mim mesmo
ególatra e solitário poeta
a rabiscar amenidades
disfarçado em tímidas poesias
decompostas...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Vagamundeando

E eu, este ser urbano
de mochila nas costas
com minha barraca de pano
acampo em sua praça
um tanto sem graça
um pouco insano
faço fogueira com folhas secas
que caem rejeitadas na calçada
então me embriago de sereno
e viajo co'a barriga pro céu
lembrando com tristeza
dos meus dias felizes...

Sons da infância

Na Curitiba fria
dos invernos congelantes
e da geada cortante
era nos verões ardidos
quando lá de longe se ouvia um silvo
outras vezes um grito...
"-Olha o dolééééééééé!"
corria eu ávido
ao encontro de um senhor
com uma caixinha de isopor.

Ciclo

Passa hora
passa dia
mês inteiro
vem a chuva
vai a lua
o sol primeiro
cresce a unha
cresce o pelo
tudo e meio
foi cigarro
restou guimba
fica o cheiro
era uma
virou duas
agora é formigueiro
passa a hora
passa o dia
ciclo inteiro...